sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ENTREVISTA RECENTE COM Pe.Roberto Lettieri (Fundador da Fraternidade Toca de Assis)

Entrevista com Padre Roberto Lettieri Sacerdote conta sua história de amor a Jesus Sacramentado e aos pobres. De apaixonado torcedor da 'Gaviões da Fiel' para fundador de um Instituto de Vida Consagrada. Esta é a trajetória do padre Roberto Lettieri, mais conhecido como "padre Roberto da Toca de Assis". Quem antes não perdia um clássico Santos x Corinthians por nada no mundo, hoje prega encontros no Brasil e exterior nos finais de semana e lidera um grupo de mais de mil consagrados celibatários, numa rotina de três horas diárias de adoração ao Santíssimo Sacramento e doação integral a moradores de rua. Nesta entrevista, o sacerdote partilha sua história de vida com os pobres mais pobres e fala da Fraternidade Toca de Assis, entidade reconhecida na Arquidiocese de Campinas (SP) como Instituto de Vida Consagrada de Direito Diocesano, cujos membros, os "toqueiros", "filhos e filhas da pobreza do Santíssimo Sacramento", chamam a atenção por suas vestes marrons, cabelos em estilo franciscano e alegria. Repórter: Quem era o jovem Roberto Lettieri, antes de uma conversão interior? Padre Roberto: Eu era um jovem natural, nunca mexi com drogas nem bebidas. Tinha como grande alegria o meu trabalho, que se resumia ao futebol (eu era aspirante do Corinthians). Na verdade, a minha vida era esta: trabalho, futebol, estudo, minha vida com os amigos, brincadeiras da época, muitas viagens com a Gaviões da Fiel, torcida a que eu pertencia, e minha família. Sempre tive uma vida muito alegre, muito tranqüila. Repórter: Como descobriu sua vocação? Padre Roberto: Minha vocação partiu da experiência com alguns amigos no futebol. Era muita correria atrás de mim, minha agenda era lotada. Um dos goleiros, que jogava futebol de salão e se chamava Leonardo (o Espartacus), convidou-me para fazer um encontro de jovens. Eu disse a ele que não iria a esse encontro de jeito nenhum; primeiro, porque era final de semana; segundo, porque havia um jogo Corinthians x Santos no Morumbi e eu não podia perdê-lo. E outra realidade é que eu tinha, naquele sábado, uma partida de futebol de salão e não podia deixar de ir. Mas ele insistiu tanto que acabei indo a esse encontro. Foi nos dias 16, 17 e 18 de setembro de 1983. Foi nesse evento que eu tive o meu encontro com Jesus Sacramentado no tabernáculo. Nesse dia 18 de setembro minha vida mudou totalmente. Repórter: O que fez com que o senhor fizesse o seminário em 13 anos, quando o normal seriam 7? Qual a maior dificuldade nesse tempo de formação? Repórter: Um dos motivos pelos quais esse tempo se estendeu é porque eu não tinha o colegial [Segundo Grau]. Fiz meu curso de ferramenteiro no SENAI e jogava futebol; não tinha mais interesse nenhum em estudar. Eu tinha uma profissão boa naquela época e o futebol era a minha esperança. Em conseqüência disso, quando entrei para o seminário, precisei fazer o colegial. Então, ao todo foram 4 anos de Filosofia, que na verdade eram 3, mas o reitor me mandou fazer 4, de castigo (risos). Portanto, 4 anos de Teologia, 2 de noviciado e 3 de seminário menor. Repórter: Como surgiu no seu coração de fundador o carisma da Toca de Assis? Padre Roberto: A Toca nasceu quando eu estava no segundo ano de Teologia. Na verdade, era uma semente que o Senhor tinha colocado no meu coração com o povo de rua. Desde os tempos da Gaviões da Fiel, eu tinha muito afeto pelo povo de rua e quando saíamos do Morumbi, pegávamos os biscoitos do povo para dar aos pobres. Íamos a uma pastelaria, que havia na Praça da Sé, na cidade de São Paulo (SP), pegávamos um monte de pastéis, não pagávamos e os dávamos aos pobres no meio da rua, tipo 'Robin Hood' disfarçados [Robin Hood é um herói mítico inglês, um fora-da-lei que roubava dos ricos para dar aos pobres]. Quando faltavam dois anos para minha ordenação, alguns jovens começaram a viver a experiência com o povo de rua, aí nasceu a Toca. No amor a Deus Sacramento, nós O adorávamos com a igreja de portas fechadas, porque no curso de Teologia não tínhamos muito acesso para a adoração. Assim vieram os irmãos Rafael e Fratello, que foram os primeiros, depois o irmão Alegria, que está no céu, e o Rodrigo, que já saiu da comunidade e hoje é um leigo. Vieram também as irmãs Mariana, Andréia e a Raquel, que hoje é leiga. Foi esse o grupo de irmãos que formaram a Toca de Assis. Repórter: Como São Francisco de Assis entrou em sua vida? Padre Roberto: São Francisco, na verdade, entrou quando eu era estigmatino, porque a congregação da qual eu fazia parte era do estigma de Cristo. O fundador, São Gaspar Bertoni, fundou essa congregação na igreja dos estigmas de São Francisco em Verona. Então, como estigmatino, já entrava muito em meu coração o amor a São Francisco. E que jovem neste mundo não conheceu São Francisco? Mesmo no meu tempo de juventude, de brincadeiras, eu o conhecia, pois ele era o santo do cachorro, do gato, do pingüim... Depois, muito claramente, comecei a cuidar dos pobres e pela formação que eu tive nos estigmatinos. Repórter:O carisma franciscano foi provado no dia em que São Francisco beijou um leproso. Como foi provado o carisma da Toca? Padre Roberto: Quando eu beijava o sacrário e também naquilo que a minha própria experiência de vida no seminário me trouxe. E essa pergunta se estende até o final, porque a Toca ainda vai passar por muitos momentos difíceis, vai ter que beijar muita coisa. Por amor a Jesus, ela vai ter que expressar profundamente o amor aos "mais pequenos". Esse beijo no leproso ainda é uma profecia na Toca. Repórter: A Toca de Assis teve um crescimento muito grande em poucos anos, contando hoje com mais de mil toqueiros, em sua grande maioria jovens. A que se deve este encantamento deles com o carisma? Padre Roberto: Primeiro, pela presença do Senhor Jesus no Santíssimo Sacramento e a experiência pessoal com o mistério da Santa Missa, o tocar no mistério de Deus na Missa. Depois, os pobres, os pequenos e o despojamento, aquilo que os jovens tanto amam: a radicalidade do Evangelho de Jesus Cristo. Claro que eu não estou dizendo que só a Toca é radical, pois cada um tem o seu modo de ver a radicalidade. Mas ela encanta muito os jovens justamente por causa disso, da adoração ao Senhor no altar e o cuidar dos pobres. Não só a Toca de Assis, mas muitas comunidades, graças a Deus, tiveram a Toca de Assis como espelho e, hoje, buscam viver essa experiência. Repórter:Como a Igreja reconhece, hoje, o trabalho social desenvolvido pela Toca? Padre Roberto: A Igreja não reconhece só a questão social [da Fraternidade Toca de Assis], mas a questão do carisma em si, que engloba o social. Hoje, a Toca é reconhecida como Instituto de Vida Consagrada de Direito Diocesano, da Arquidiocese de Campinas (SP) e tem o seu reconhecimento neste sentido, do carisma em si, que engloba o social e a parte espiritual, tudo aquilo que o carisma nos dá. Repórter:E como a sociedade encara o trabalho realizado com os irmãos de rua? Padre Roberto: De várias formas. Existem pessoas que amam, outras que não; há aquelas que perseguem, outras que aplaudem e gostam. Há um multiforme de modos de as pessoas encararem a Toca de Assis por causa do povo de rua também. Enfim, assim como o Evangelho de Jesus, esse carisma é um sinal de contradição e a Toca não pode perdê-lo, porque se ela o perder, perdeu o sentido de vida. Fonte: Cancaonova

Um comentário:

  1. Pe.Roberto fique com minhas orações e esperança de ve-lo novamente em Bhte, celebrando e pregando com a sabedoria que Espírito lhe cumulou. Dou Graças a Deus pela oportunidade de estar na atua celebração, aprendendo com o pobre sofredor de ruak e amando Jesus na Eucarístia atraves do carisma da Toca de Assis. Eterna Gratidão.

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Namoro

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