domingo, 3 de julho de 2011


desConstruindo Deus

Quantas vezes você já fez “idéia errada” de alguém? Achava que fulano(a) era assim ou assado e quando foi ver, não era nada disso… Eu, algumas vezes. Ainda não perdi o péssimo hábito de “avaliar” sem conhecer de perto. Mea culpa!
Aí dou um salto e te pergunto: você conhece Deus de perto? Ou também está avaliando “alguém” que não conhece e não se relaciona com você? Será que a gente não tá construindo um “deusinho” particular e dizendo que avontade “dele” é isso ou aquilo pra nossa vida?
Saindo da armadilha fácil de querer que Deus faça isso ou aquilo pela gente (Deus e a kriptonita), de querer moldá-lo nas nossas vontades tão “boas” e tão “certas” direcionando o que Ele deve ou não deve fazer por nós e pela humanidade, será que não caí na velha armadilha de ser Santo para que Deus me conceda suas Graças. Tipo, não tô pedindo nada! Mas tô andando tão direitinho que bem que tô merecendo um agradinho, Senhor! Nada obrigado é claro, só seja generoso! Rsrsr
Funciona mais ou menos assim: eu respeito os mandamentos, os ensinamentos, meu pai, irmã, cachorro, gato, galinha e papagaio e Deus tem que me compensar. Tipo Deus-papai-noel! O que eu ganho com isso é um deusinho dentro das minhas medidas: Ele é misericordioso se eu me comportar para que Ele possa ter misericórdia de mim. Ele vai me curar SE eu tiver fé o suficiente para isso. Ele só pode SE EU fizer o suficiente para merecer, entende? O resultado disso: tô lascado! Deus só existe dentro dos meus limites! É um deusinho enjaulado na minha santidade medíocre. No fundo não é Deus, é ídolo construído pelas minhas mãos (no caso, cérebro).
Quanta gente se tortura em suplícios exagerados e descabidos em busca de uma santidade irreal por que assim vão “agradar a Deus”. E, claro, se agradar, Ele compensa! Afinal, um Deus tão humano só podia mesmo ser brasileiro e dar um jeitinho nas nossas necessidades.
Mas, e eu? Posso não buscar uma santidade desencarnada, mas será que não caio nessa armadilha de querer ser compensado? Caio. Direto. Volta e meia e meia volta tô me “comportando” pra depois pedir uns favorzinhos… afinal, eu mereci!
Deixar Deus ser Deus, muito além das nossas medidas é trabalho duro, mas gratificante. Pare e pense: não foi o “Deus” que você fabricou em pedidos e acusações que se manifestou de verdade na sua ou na minha vida. Deus mesmo se manifestou foi na nossa história. Em cada detalhe em que pudemos realmente ver Deus foi porque Ele se manifestou tal como é: misericórdia infinita! Ou você se surpreendeu mais quando Ele te deu algo (necessário, é claro) ou quando Ele, apesar de ter todos os motivos para te deixar de lado, te estendeu a mão e disse: sou seu pai! Seu lugar é comigo! TE AMO! ?
Quando Ele se manifesta assim na minha vida e em vez de me tratar como servo, eu sujo e faminto, me dá roupa e festa de filho, aí Ele é o Deus verdadeiro: aquele que eu nunca conseguiria imaginar que podia ser assim.
E aí? Quando foi que Deus se revelou pra você tal como Ele é, e não como você queria e imaginou? Quando Ele Se desconstruiu e reconstruiu na sua frente? Quando foi que vocêmudou a pontuação do seu “Creio” e rezou: “Creio em Deus!!!! Pai todo poderoso…”??

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